(Dados de 25.05.2012)
Brasil ocupa 21º posição no ranking dos produtores de
energia eólica País tem 71 parques que produzem a energia limpa e
renovável. Região Nordeste é campeã nacional de geração de energia do
vento.
Enormes cataventos produzem a energia eólica, a energia
elétrica a partir do vento. Hoje já são 12 milhões de pessoas atendidas por
essa fonte de energia.
É uma energia limpa - sem queima de combustível, renovável e
cada vez mais barata. O preço do megawatt/hora da eólica já é quase igual ao
das hidrelétricas, a fonte de energia mais barata do Brasil, e custa menos que
o gás natural.
A utilização de aerogeradores, para produção de energia elétrica,
ganhou força durante a Segunda Guerra Mundial. Era a forma de os países
economizarem combustíveis fósseis. A guerra acabou e a eólica ficou em segundo
plano.
Mas na década de 70, com a crise do abastecimento de
petróleo, alguns países se viram obrigados a pesquisar fontes alternativas de
energia. No Brasil, o primeiro aerogerador só foi instalado em 1992, em
Fernando de Noronha, mas foi a partir de 2005 que o parque eólico brasileiro
cresceu significativamente.
Nos últimos sete anos, a capacidade instalada aumentou 54
vezes. Foi a que mais cresceu no mundo. Muito pelas características do vento no
Brasil, um dos melhores do planeta.
"Quando não tem vento você tem que ter alguma outra
fonte gerando. Qual é a beleza do Brasil? É que o Brasil que tem um grande
parque hidrelétrico, a hidrelétrica e eólica elas se complementam entre
si", explica o presidente da Empresa de Pesquisa Energética, Maurício
Tolmasquim.
O Brasil ocupa hoje a 21º posição no ranking dos países
produtores. O primeiro é da China. Depois vem os Estados Unidos, Alemanha,
Espanha e Índia. Isso só para citar os cinco primeiros. O Brasil tem 71 parques
com quase mil aerogeradores, alguns da altura de um prédio de 50 andares, em
nove estados. Temos nove fábricas de aerogeradores e já exportamos. Um
aerogerador custa entre R$ 4,5 milhões e R$ 5 milhões.
Para ter direito a financiamento do BNDES, com juros
atraentes, as empresa do setor eólico precisam assegurar a utilização de no
mínimo 60% de peças e acessórios nacionais, fabricados no Brasil. A medida
estimulou a geração de emprego e renda. O setor já emprega 12 mil pessoas.
Um dos maiores complexos de energia eólica fica em Água
Doce, Santa Catarina. São 86 torres. Em Osório, no Rio Grande do Sul, são 75
aerogeradores, capazes de produzir 150 megawatts de energia. Mas é o Nordeste o
campeão nacional de geração de energia do vento.
O Ceará detém 40% da capacidade do país. São 17 parques e já
existe até aerogerador residencial para o consumidor produzir a própria
energia.
Em nenhum outro lugar do Brasil a energia eólica provocou
mudanças tão importantes quanto no Rio Grande do Norte. Até dois anos atrás, o
estado era obrigado a importar energia elétrica para atender a demanda. Mas os
bons ventos da região atraíram os investidores. Dez parques eólicos foram
construídos. Outros 30 estão em construção. Até 2014, o Rio Grande do Norte
será o principal produtor de energia eólica do Brasil.
Quem cede a terra onde serão instalados os aerogerados
também ganha. O agricultor Rafael Luiz de Andrade conta que recebe cerca de R$
300 por ano. "Pra mim faz a diferença porque em compensação os filhos
estão trabalhando nas companhias", diz.
A evolução tecnológica tornou a energia eólica mais
sustentável. Os aerogeradores provocam pouco barulho e o risco às aves tem sido
contornado com o monitoramento ambiental.
"A energia eólica é de baixo impacto ambiental. Ela
causa um impacto considerável na sua construção como qualquer atividade da
construção civil, mas esse impacto cicatriza com o tempo. Mas cerca de 5%, no
máximo 8% da área é ocupada", explica o diretor técnico do Instituto de
Desenvolvimento Sustentável do Rio Grande do Norte, Manoel Jamir Fernandes
Júnior.
Um negócio tão atraente que chamou a atenção de quem sempre
viu no petróleo a principal fonte de lucro. Na sala do diretor de gás e energia
da Petrobras, José Alcides Santoro Martins, é possível acompanhar online, de um
telão, toda a produção de energia elétrica das térmicas a diesel, a gás e
eólica. "O regime de ventos na região Nordeste do país é caracterizado por
baixo vento durante o dia e alto durante à noite. À noite esse valor chega a
80, até 90 megawatts de geração de energia elétrica. Cem megawatts daria para
abastecer aproximadamente 350 mil domicílios", diz José.
Fonte : Crédito: G1/JG por André Trigueiro